8 de fevereiro de 2022

Chá para dor: 3 tratamentos com plantas medicinais

Categoria: Problemas de saúde

Hérnia de disco, bico de papagaio, dor na coluna, nos ombros ou no joelho. Há ainda a enxaqueca, a dor no estômago, no ciático, nos dentes. Não importa o local, existem poderosas opções de chá para dor para você obter o alívio que tanto busca sem precisar de remédios químicos.

Eu, Daniel Forjaz, biólogo e especialista em plantas medicinais, vou te ensinar hoje 3 receitas seguras e eficazes de chá para dor.

Epidemia de dores crônicas

O planeta parece vivenciar uma epidemia de dores crônicas e a verdade é que o quadro dolorido deixou de ser apenas um sintoma para virar a doença em si.

É bem provável que você enfrente ou já tenha enfrentado uma situação assim, afinal o National Center for Health Statistics estima que 76,5 milhões de pessoas sofram com dores só nos Estados Unidos.  

No Brasil, hoje são 42% da população com o sintoma e os dados indicam que 92% sofreram ou vão sofrer com a dor em algum momento da vida. 

O problema é que ao ter virado um sintoma tão comum, as pessoas entenderam que ter dor parece um destino sem saída. 

Viver com dor NÃO é normal

Entende-se que viver, ficar mais velho, mais experiente é ter, invariavelmente, que lidar com a dor. 

Porém, essa “sentença” não é uma verdade e é justamente por isso que produzi esse material. 

Ter dor pode ser comum, mas não é nada normal. 

Talvez você se sinta preso nesse sintoma – e até já tenha perdido as esperanças de ter uma vida mais ativa e sem sofrimento –  justamente, porque não conheceu um caminho natural, prático e efetivo para encerrar esse ciclo da dor sem fim.

E que caminho é esse? 

Vou te explicar em 3 passos e te passar 3 receitas de chá para dor.

 

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3 passos para aliviar a dor de forma natural

Passo 1: Reconheça os 4 tipos de dor

As causas das dores são muitas e  – em geral  – são 4 tipos de dor que mais predominam.

Aprender a identificar qual é o seu, é uma maneira eficiente e inicial de buscar a solução.

Veja quais são os tipos:

  1. DOR NOCICEPTIVA: normalmente resultado da lesão de um tecido. É o caso da dor da artrose, a dor mecânica nas costas ou a que você sente após uma batida no pé ou a martelada no dedo
  2. DOR INFLAMATÓRIA: uma inflamação anormal causada por uma resposta inadequada do sistema imune, como é o caso da gota e da artrite reumatóide
  3. DOR NEUROPATICA: dor causa por irritação do nervo. Neuropatia, dor de dente, neuralgia do trigêmeo, ciático, herpes zoster
  4. DOR FUNCIONAL: sem uma origem óbvia, ocorre na própria função do corpo, como síndrome do intestino irritável, enxaqueca e até fibromialgia

Pronto, passo 1 percorrido, vamos para o seguinte.

Passo 2: Elimine os gatilhos que agravam a dor

Depois de identificar o tipo de dor que te acomete, é preciso saber que: todas elas são agravadas e prejudicadas por alguns hábitos de vida ruins. 

Os gatilhos que costumam agravar mais o sintoma e precisam de atenção são:

  • Ansiedade e Estresse: O estado emocional das pessoas pode interferir diretamente na sua capacidade de controlar a dor. Essas emoções reduzem a produção de endorfinas, que são considerados os nossos analgésicos naturais. Sem elas, as dores são agravadas. Ansiosos e estressados liberam mais cortisol, hormônio do estresse, que agrava a sensação dolorida.
  • Alimentação ruim: sim, uma alimentação industrializada, com bastante açúcar, glúten, leite libera toxinas inflamatórias em sua corrente sanguínea e influenciam ainda mais nas dores. Se você não come muitas frutas, legumes e folhosos, seu corpo não tem matéria-prima para produzir os analgésicos naturais. Tudo dói mais.
  • Sedentarismo e obesidade: também comprometem o seu corpo, porque é durante o movimento que as substâncias de bem-estar são mais liberadas, uma delas chamada de líquido sinovial. A falta de exercícios diminui a produção desse líquido e há menor lubrificação das cartilagens. Isso aumenta o risco de dores nos músculos, nas juntas e nos ossos.
  • Falta de sono: O sono ruim também compromete a capacidade do corpo de se regenerar e promover a melhora e a cicatrização de lesões. Insônia crônica também está associada à dores crônicas.
  • Medicamentos químicos: uma quantidade importante de remédios trazem como efeito colateral a dor, como por exemplo as estatinas, o omeoprazol e os anticoncepcionais. O uso de remédios químicos não pode ser desconsiderado em pessoas que estão em sofrimento com a dor, sendo até em alguns casos apontados como a origem deles.

Então, sim, para solucionar a dor é preciso saber reconhecê-la e também depende de um compromisso seu em mudar aquilo que agrava o seu quadro. 

Caso contrário, será sempre como “enxugar gelo”. Nenhum tratamento, de nenhum tipo, terá eficiência para interromper o ciclo da dor. 

Ok, além de tudo aquilo que você precisa parar de fazer para interromper essa sensação tão ruim, eu quero trazer aqui um terceiro passo para trilhar uma jornada antidor de verdade.

Passo 3: Chá para dor e outros tratamentos com plantas medicinais

Por tudo que já pesquisei nos últimos 15 anos, por todos os tratamentos naturais que já apliquei em mim e na minha família e, principalmente, pelos resultados que já tive com os meus mais de 15 mil alunos, não tenho nenhum titubeio em falar…

As respostas para as suas dores, não importa o tipo ou a origem, passam pelas plantas medicinais.

Essas plantas poderosas podem ser utilizadas em forma de chá para dor, tinturas, pomadas, óleos essenciais e tantos outros preparados.    

E não pense você que falo aqui de ervas raras, de difícil acesso, caras e impossíveis de utilizar. 

O meu propósito com o Autor da Própria Saúde é oferecer ferramentas que, apesar de serem muito simples – e que podem até serem encontradas na quitanda, nas calçadas, na feira e até na cozinha da sua casa – são validadas cientificamente e, nossa, fazem uma diferença brutal na vida de quem as conhece e aprende a utilizá-las. 

A verdade é que qualquer pessoa, com orientação e com estudo, pode ser capaz de usar as plantas para fazer seus próprios tratamentos e ajudar sua família.

No programa de introdução ao universo das plantas medicinais que criei, o Jornada APS, em 90 dias você já está apto para fazer das plantas os seus medicamentos naturais, usando as que estão à sua disposição, na região em que você está.  

Depois dele, um universo incrível de possibilidades se abrirá à sua frente com cursos mais completos do Projeto APS onde poderá realizar todos os tratamentos que precisar a partir das plantas medicinais com total segurança e autonomia.

Além dessa possibilidade de aprender a ser de fato ser o Autor da Própria Saúde, não podemos negar que conhecer as plantas medicinais é também uma maneira bem eficiente de você ficar mais livre de um dos principais problemas de saúde pública que existem hoje:

Os efeitos colaterais que acarretam os analgésicos químicos e  anti-inflamatórios sintéticos 

As pesquisas já mostram que o uso contínuo desses tipos de droga acaba diminuindo seus próprios efeitos terapêuticos com o tempo. 

Resultado? 

Você busca desesperadamente doses cada vez mais altas desses químicos para tentar um alívio que deixa de existir. E é assim que você se torna dependente cada vez mais de novas medicações.

O risco da medicalização da dor não para aí. 

O simples paracetamol pode detonar o seu fígado, diclofenaco, dipirona e outros comprimidos já foram proibidos em alguns países por causa dos efeitos adversos que provocam.  

Anti-inflamatórios que um dia já foram líderes de mercado, como o Vioxx e o Arcoxia, precisaram ser retirados do mercado por aumentarem o risco de morte por infarto, por exemplo. 

Por isso, todo mundo deveria conhecer o universo das plantas medicinais. 

Para o nosso encontro aqui, eu separei a sugestão de 3 opções de chá para dor que vão te ajudar a buscar um alívio imediato para o sintoma dolorido, especialmente se a sua dor for do tipo 1, a Nociceptiva.

Trata-se de apenas uma amostra dos que as plantas podem fazer por você.

3 opções de chá para dor

Você pode usar por pelo menos 15 dias. E depois me escreve contando os resultados. 

OLGUINHA
Nome científico: Tanacetum parthenium

Também conhecida por: Tanaceto, matricária, camomila amarga ou margaridinha – não confundir com a erva-cidreira ou com a camomila.

Olguinha (Tanacetum parthenium) - Chá para dor

Propriedades medicinais:

  • É protetora estomacal, combatendo gastrite e úlceras
  • Tem ação analgésica e anti-inflamatória 
  • Ideal para crises de enxaquecas
  • Tem ação relaxante muscular e antitrombótica
  • Apresenta ação anti-histamínica, indicada para crises alérgicas
  • Chás aliviam cólicas e dores pós-parto e estimulam a menstruação

A ciência comprova:

Uma revisão de 6 estudos – feita por pesquisadores de Cambridge – comprova: A Planta Olguinha é eficiente e segura para enxaqueca

Modo de usar: 

Para dor em geral: 1 colher de sopa da planta picada para 1 xícara de água fervente. Deixar em infusão por 5 minutos e beber quando amornar. Dose: 3 xícaras por dia e ajustar conforme melhora dos sintomas

Para dores do parto: Banho de assento ou passar o chá no abdômen

Para picadas de inseto: Massera a planta, embeba um algodão com seu suco e colocar no local

Para queimaduras solares na pele: Misturar o extrato da planta com óleo de amêndoa e passa no local 

Contra-indicação

Não indicada para: mulheres grávidas por ter efeito abortivo, durante a amamentação ou por tempo prolongado. Pessoas com problemas graves do fígado devem evitar a planta.

 

PICÃO-PRETO
Nome científico: Bidens alba / Bidens pilosa – As duas espécies são benéficas

PICÃO-PRETO (Bidens alba / Bidens pilosa) - Chá para dor

Propriedades medicinais:

  • Antioxidante e eficiente para expulsar toxinas que causam dor
  • Reduz dores inflamatórias e agudas
  • Ativa o sistema imunológico e combate alergias 
  • Inibe o Herpes simples
  • Reduz febres altas
  • Protetor do fígado
  • Alivia dores da queimação e úlceras
  • Reduz níveis de açúcar no sangue e controla o diabetes
  • Baixa a pressão alta sem comprometer o coração
  • Tem atividade anti-tumoral (em especial câncer colo-retal)

A ciência comprova:

Uma avaliação em laboratório confirma que o picão preto, usado para 41 doenças diferentes, é seguro e não apresenta toxicidade2

Modo de usar:

Para dor em geral: Usar somente as folhas e os ramos mais novos. As flores e carrapichos podem ser desprezados. 1 colher de sopa das folhas para 1 xícara de água fervente. Fazer por infusão. Comece com 3 xícaras de chá por dia, depois ajuste conforme melhora dos sintomas. Quando as dores são muito fortes, pode-se iniciar o tratamento dobrando-se a dose, com 2 colheres de planta para cada xícara de água.

Como Alimento: Antes das flores nascerem, colher a parte folhosa, higienizar, refogar e comer (como preparo de couve)

Contra-indicação

Não foi identificada toxicidade e o consumo é seguro. Doses extremamente altas foram associadas à sonolência e baixa na capacidade respiratória.

ERVA-DOCE

Nome científico: Pimpinella anisum, também conhecido como anis (Não confundir com Anis Estrelado e nem com Funcho – outro exemplo de erva-doce)

Erva Doce - Pimpinella anisum (Chá para dor)

Propriedades medicinais:

  • Alivia cólicas (menstruais, intestinais, renais e de bexiga)
  • Facilita a digestão e inibe a formação de gases
  • Alivia dores tensionais e dor de cabeça
  • Alivia sintomas como calorões e cansaço na menopausa
  • Promove bem-estar e alívio do estresse
  • Indutora do sono e tem efeitos para insônia

A CIÊNCIA COMPROVA

Uma pesquisa feita com 107 pacientes com dores de estômago mostrou que o uso da erva-doce melhrou em 50.2% a qualidade de vida dos usuários. No grupo placebo, os sintomas pioraram3 

Modo de usar: Fazer o chá com a semente do anis. 1 colher de sobremesa das sementes do aniz trituradas para 1 xícara de chá. Preparar o chá por decocção. Tomar de 1 a duas xícaras por dia, em especial no momento da dor. 

Contra-indicação

Não é recomendado para quem tem déficit de atenção, de aprendizado, memória e Alzheimer. Não pode ser consumido por quem toma anti-trombóticos

Leia mais:

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REFERÊNCIAS: 

1The efficacy and safety of feverfew (Tanacetum parthenium L.): an update of a systematic review.

2 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24242914/

3 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4333517/